22 horas da noite, quinta-feira, abre uma caixa, tira de lá um papel alumínio dobradinho, abre; um papelzinho duro com o sorriso de uma moça estampado... um sorriso pra ele... papel na lingua... morde... passa no céu da boca, nas bochechas e deixa de baixo da língua até dissolver...
22:15 ônibus.... desce no cais de Santa Rita... vai andando pela rua Marins e Barros e cruza a ponte Primeiro de Março, olha pra estátua no topo da ponte... ela brilha... está extremamente acesa... tudo está muito brilhante... vai caminhando curtindo a paisagem noturna... chega na frente do Downtown... fila... um cara na sua frente faz perguntas, perguntas inúteis; “hoje é ladies free”? “quanto tá a entrada”? Meninas olham, meninos olham, tudo brilha... como diriam John e Paul: é tudo “Lucy in the Sky with Diamonds”...
O jornal do outro lado da rua roda nas máquinas... sangue e morte de hoje para o café da manhã de amanhã... o som é ensurdecedor ou só ele está achando?
Sobe uma onda de calor... é intenso... é extremamente intenso... é de pingar e molhar a camisa... em pé na fila... meninas olham, meninos olham, tudo brilha... como diriam John e Paul: é tudo “Lucy in the Sky with Diamonds”...
A fila caminha, lenta... bem lenta... um carro do outro lado abre a mala... tocando uma batida... o som é ensurdecedor ou só ele está achando?
Compra um vinho Carreteiro com o vendedor que fica com o isopor na frente... ganhando uns trocados da playboyzada...
O vento sopra... é como um lençol de seda tocando a pele bem de leve... é gostoso... é bem louco... as mãos geladas, o suor pingando... as pupilas dilatadas no limite... faz o olho ficar bonito.
O suor pinga... o olho brilha... as luzes brilham... como nunca... um cara na sua frente faz perguntas inúteis; “Demais a tua camisa, o que tem escrito mesmo”? – “Vodka, connecting people”.
Meninas filosofam sobre como solucionar um grande mistério; conseguir abrir uma garrafa de Smirnoff Ice... elas não abrem... ele abre. É... talvez isso seja... Vodka Connecting People.
A fila caminha, lenta... bem lenta... as luzes brilham, o suor pinga... a noite ainda estava pra começar... meninas olham, meninos olham... perto da porta da pra escutar o som rolando dentro da boate... da pra escutar forte...da pra escutar alto... a noite estava pra começar...Como diriam John e Paul: é tudo “Lucy in the Sky with Diamonds”.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
O Rei de Areia
Numa praia, num sábado, de manhã cedinho... balde e pazinha na mão... concentrado... elaborando e executando um complexo trabalho de arquitetura... e...
- O que você está fazendo?
- Eu estou fazendo um castelo de areia.
-Hum... legal.
- É sim. Quer brincar comigo? Vamos fazer o castelo juntos. Eu posso ser o rei e você pode ser a rainha...
- É? Então tá.
- Qual o seu nome? O meu é Renato.
- Carolina.
- Então rainha... nosso castelo vai...
- Carol?!
- Oi mãe!
- Vem aqui pra água filha!
- Tô indo!
Ela saiu correndo... pisou a torre... nada mais de castelo... tanto trabalho... Renato pensou que poderia refazer (sempre é possível recomeçar). Mas, pra que refazer mesmo? A maré subia, logo iria acabar com o castelo de novo.
A água é mais forte que o castelo, e não havia mais rainha. E na verdade, na verdade mesmo; não se tem castelo nem rainha, quando se é, um rei de areia.
- O que você está fazendo?
- Eu estou fazendo um castelo de areia.
-Hum... legal.
- É sim. Quer brincar comigo? Vamos fazer o castelo juntos. Eu posso ser o rei e você pode ser a rainha...
- É? Então tá.
- Qual o seu nome? O meu é Renato.
- Carolina.
- Então rainha... nosso castelo vai...
- Carol?!
- Oi mãe!
- Vem aqui pra água filha!
- Tô indo!
Ela saiu correndo... pisou a torre... nada mais de castelo... tanto trabalho... Renato pensou que poderia refazer (sempre é possível recomeçar). Mas, pra que refazer mesmo? A maré subia, logo iria acabar com o castelo de novo.
A água é mais forte que o castelo, e não havia mais rainha. E na verdade, na verdade mesmo; não se tem castelo nem rainha, quando se é, um rei de areia.
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